Vim ver-te!
Fecho os olhos e no crepitar andante de pensamentos penso em ti. Vejo-te sozinho e triste. Mas tu não sentes. Não sentes nada. Não sentes a roda da vida a girar a girar...o azul do céu a penetrar nos teus olhos mortiços, escondidos nessas lentes escuras.
Nesse teu geito formatado que te leva para fora da Vida, já não vês...já não sentes…
Transmutaste todo o teu ser numa a artificialidade oca, vives encolhido numa vida que não é a tua, num espectro de ti próprio.
Nesse viver composto de ilusões virtuais...fantasias que se desvanecem como a espuma das ondas. E tu, preso… agrilhoado, agarrado a flocos de fumaça, vivêndo nesse castelo murado e inacessivel que edificaste pedra a pedra com esmero…
Essas pedras inertes e frias onde te escondes, gelaram-te a Alma… sufocaram o teu coração.
A tua pele tornou-se insensível ao verde e aos tons multicolores que brilham ao sol. Nem consegues ouvir o som do silêncio e os sons subtis que se despreendem naturalmente do mundo da Vida.
Preencheste o teu olfato de tudo o que é artificial. Os mais imaculados odores os mais puros sabores estão-te vedados.
Ah! Se ao menos pudesses sentir a essência da Rosa!!!...